Reestruturação dos serviços educativos Impõe-se.
A sociedade atual é uma sociedade complexa e em constante mutação o que obriga os indivíduos a desenvolverem competências para serem capazes de encontrarem soluções para os problemas do seu dia-a-dia, por forma a partilharem e interagirem num mundo global e competitivo. Apenas indivíduos em constante atualização dos seus conhecimentos poderão sentir-se integrados e aproveitar as oportunidades da sociedade atual. Atento a esta complexidade Edgar Morin propõe uma reestruturação dos serviços educativos implicando uma rutura com as escolas tradicionais colocando o ser humano e tudo o que o rodeia como principal objetivo do sistema educativo, sendo necessário para tal que as escolas interiorizem a necessidade de um conhecimento global, um conhecimento dos problemas atuais do mundo, conseguindo-se assim uma visão mais abrangente e o contributo que cada disciplina poderá dar para o desenvolvimento do ser humano como agente integrante numa sociedade. O conhecimento tem agora de ser um conhecimento complexo e global. Segundo ideia partilhada por Jacques Delors (1996) “ a educação deve transmitir, de fato, de forma maciça e eficaz, cada vez mais saberes e saber – fazer evolutivos, adaptados à civilização cognitiva, pois são as bases das competências do futuro,” referindo assim quatro aprendizagens fundamentais, os quatro pilares da educação, aprender a conhecer ou aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser. O primeiro pilar da educação aprender a conhecer ou aprender a aprender menciona o quanto é fundamental termos o prazer em compreender, descobrir, conhecer, construir o conhecimento para que se mantenha durante toda a vida e não seja comentário. Aprender a fazer, o segundo pilar da educação, obriga a que o individuo seja capaz de se adaptar a várias profissões e a trabalhar em equipa, ter espirito criativo e de cooperação. O terceiro pilar aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros salienta a importância de no mundo atual trabalharmos em equipa, ajudar os outros, participar em projetos comuns que podem dar origem à aprendizagem de métodos de resolução de conflitos e construir uma referência para a vida futura. Por último o quarto pilar é o aprender a ser, a educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa, sentido estético e ético, responsabilidade pessoal, possuir pensamento autónomo e critico, criatividade e imaginação para isso, não deverá a aprendizagem negligenciar nenhumas das potencialidades de cada individuo. Em jeito de conclusão podemos então dizer que a educação deverá “preocupar-se” em oferecer aos indivíduos meios para desenvolver as competências necessárias para se sentirem integrados na sociedade atual, assim como motivação para a aprendizagem ao longo da vida providenciando estratégias para que todos tenham igualdade de oportunidades no percurso educativo independentemente do seu nível económico ou social.
Manuel Soares